Quem tem piscina e criança em casa sabe que a atenção e as normas de segurança precisam ser redobradas. Na casa da sogra de Lucyla Siqueira Chagas tem piscina. Ao perceber o interesse da filha Melissa de um ano e seis meses por água, principalmente a da piscina, Lucyla não perdeu tempo e matriculou a bebê na aula de natação no Automóvel Clube.
O professor de Educação Física, Júlio César Arenari trabalha com natação infantil há quinze anos. Ele destaca a importância deste tipo de atividade para a formação da personalidade e inteligência das crianças. Mas, acima de tudo, a segurança que as crianças adquirem quando criam “intimidade” com a água.
“Nesse fim de semana um aluno de dois anos foi ‘empurrado’ na piscina pelo cachorro da família. O menino ficou na água de cabeça pra baixo. Quando o pai o socorreu, percebeu que o filho estava com a boca fechada. Isso é resultado das aulas quando eu sempre repito para que eles mantenham a boca fechada dentro d’água. Fatos assim assustam os pais, porém me deixam com a sensação de dever cumprido. A criança está atenta ao que eu transmito”, destacou Júlio.
Para a mãe de Melissa, as aulas de natação têm sido primordiais no desenvolvimento e saúde da filha. “Ela foi matriculada aos onze meses. Raramente fica resfriada e desenvolveu muito a parte de coordenação motora em relação às crianças da idade dela. Ela já bate as pernas e se arrisca a flutuar. Eu acho isso tudo maravilhoso”, ressalta Lucyla.
Estudos indicam que crianças que praticam natação têm melhor desenvolvimento motor. Além de melhorar as funções respiratórias e fisiológicas do organismo, a atividade aumenta a coordenação motora e o tônus muscular. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é de que as crianças comecem nadar a partir dos seis meses. Nessa idade, o ouvido fica desenvolvido o suficiente para dificultar a entrada da água, reduzindo as chances de infecção. Além disso, o bebê também já estará imunizado contra algumas doenças.
“Além de relaxar o bebê, a piscina remete ao período gestacional. A natação para os bebês não é recreação. É uma readaptação ao meio de onde eles vieram. Obviamente que eu estimulo técnicas de natação. Cada criança tem seu tempo e desenvolvimento peculiar”, admite o professor que atende 30 alunos individualmente.
Para os bebês, as aulas de natação duram 30 minutos. “Meia hora é o suficiente porque o sistema de regulação de temperatura do bebê ainda não está bem desenvolvido e a sua capacidade de atenção ainda é mínima. Nesse espaço de tempo, por meio do lúdico, estabeleço um vínculo com o aluno, construo laços afetivos e um relacionamento no qual a segurança, o conforto e a confiança são peças importantes”, finaliza Júlio.