Líderes do tráfico em comunidades de Rio das Ostras, Macaé e Barra de São João foram presos pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Estadual (MPRJ) esta semana. Ao todo, sete criminosos do estado do Rio de Janeiro foram denunciados após terem ingressado em uma facção criminosa de São Paulo. A denúncia foi recebida pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias.
Segundo a assessoria de imprensa do GAECO, a denúncia foi feita durante uma investigação desenvolvida pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) que identificou a articulação da facção paulista com a facção dominante no Rio de Janeiro. O objetivo inicial do grupo seria a tomada de territórios no estado.
O líder das comunidades de Rio das Ostras é Atila dos Santos Correa, vulgo Preto. Já o líder de Macaé e Barra de São João é Ricardo Farias Caldeira, vulgo Baiano ou Coroa. Além deles, foram presos outros “chefes do tráfico” das comunidades Colina da Primavera e Praça Cruzeiro, em Rio Bonito; e de Paraíba do Sul e Saquarema. Somente um dos denunciados está foragido: Luís Fernando da Silva Lima, vulgo Gido ou Coroa. Segundo a denúncia, ele é o segundo na hierarquia do tráfico nas comunidades do Complexo do Lins e do Barão, na Capital.
Entre os denunciados também está Gledson Fernandes da Silva (vulgo Leo ou Fantasma). De acordo com a denúncia, Gledson é o responsável pelo progresso da facção oriunda de São Paulo no Rio, por meio da captação de novos traficantes. Conhecido como “Geral do Rio de Janeiro”, Gledson contactou os demais denunciados para que migrassem para a facção.
De acordo com a denúncia, a investigação identificou que a pretensão da facção paulista não era a de adquirir aliados, e sim de expandir seu mercado. Ainda segundo o documento encaminhado à Justiça, os líderes dessa facção enxergavam o Rio de Janeiro como uma “grande potência” pela quantidade de regiões dominadas pelo tráfico e questionavam a rivalidade entre as três facções atuantes no estado. “O discurso da facção paulista consiste no argumento de que a ‘guerra’ deve ser contra o governo e não entre traficantes”, aponta trecho do documento.
Na denúncia há ainda informações fornecidas ao serviço de inteligência da delegacia especializada e os notórios conflitos e homicídios ocorridos dentro das unidades prisionais que revelaram que o acordo de paz entre as facções não persiste mais.
Fonte: Terceira Via