A população macaense, mais uma vez, acabou vítima dos impasses entre os trabalhadores do transporte rodoviário e os empresários do setor. Apesar do alerta de que haveria paralisação desde sexta-feira passada, muitas pessoas não conseguiram se programar, ou não fizeram uso de outra forma de transporte.
Na manhã desta segunda (17), sindicato e funcionários cruzaram os braços em frente à garagem das empresas, impedindo que os ônibus circulassem pela cidade. Somente 25% dos coletivos operaram nas 18 linhas da cidade, ou seja, apenas 40 ônibus atenderam a demanda de 90 mil passageiros, que acabaram sendo prejudicados. Os bairros mais afetados foram Parque de Tubos, Cehab, Parque Aeroporto, Aroeira e Lagomar. Mesmo com a comemoração do dia dos comerciários, a segunda-feira foi de ônibus lotado e pouca condução. As cooperativas de táxis acabaram lucrando com a greve, e era possível notar que os pontos dos taxistas estavam vazios e a frota circulava pela cidade ocupada por passageiros.
Desde quinta-feira passada, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros de Macaé, emitiu nota declarando que vem tentando buscar acordo com empresários das empresas SIT e Macaense, e a prefeitura, mas nenhum acordo chegou a ser discutido. As reivindicações ocorrem no sentido de reajuste salarial de 25%, cesta básica, plano de saúde e melhores condições de trabalho nos terminais de ônibus. Além disso, são apontados problemas como insegurança nos coletivos, já que, caso o transporte urbano seja assaltado, a empresa exige que o funcionário pague o que foi roubado.
Outra reivindicação dos colaboradores é a dupla função do motorista, que tem salário-base de R$ 2 mil e acumula serviço de cobrador sem receber remuneração.
Durante toda a manhã, o presidente do Sindicato, Aluízio Viana, o prefeito de Macaé, Aluízio Júnior, e os empresários do setor participaram de uma reunião no gabinete do prefeito para tentar chegar um acordo, porém sem sucesso.
“Queremos ganho real e os empresários dizem que não têm condições de pagar. O reajuste pretendido é de 25%, enquanto os empresários oferecem 8% para janeiro de 2017. Quanto ao tíquete de alimentação – que atualmente é de R$ 100 – passaria para R$ 160”, destaca Aluízio Viana, afirmando que se não tiver uma proposta justa a categoria permanecerá em greve por tempo indeterminado.
O sindicato não descarta novos protestos e passeatas a qualquer momento para garantir os direitos dos trabalhadores. De acordo com a Lei de Greve, durante uma paralisação pelo menos 30% do serviço e dos trabalhadores têm que permanecer ativos para que a população não seja lesada gravemente.
Fonte: Debate