“Eu não gosto de derrubar as árvores porque elas protegem o solo e as culturas”. A frase do produtor Clíneo Gonçalves, que cultiva bananas em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio, reflete um pensamento cada vez mais comum entre agricultores. No estado do Rio a agricultura familiar é a maior fornecedora de alimentos para o povo fluminense, segundo o Rio Rural, projeto do governo do estado. Por isso mesmo o investimento na conscientização ambiental tem aumentado e gerado frutos.
Os avanços obtidos na agricultura local não se referem apenas ao aumento de produtividade, mas, sobretudo, na preservação do ecossistema. As iniciativas tentam gerar boas práticas como proteção do solo, segurança alimentar e produção de água, aumentando a qualidade de vida no campo e na cidade.
“Aproveito todas as folhas e galhos que caem das árvores e coloco no meio da plantação. Eles viram adubação orgânica, o que gera umidade para o solo”, continua Clíneo, que aderiu a um sistema agroflorestal, misto de agricultura e floresta. Com isso ele mostra que a agricultura sustentável não apenas preserva o meio ambiente, como também facilita o seu próprio trabalho.
Outro exemplo vem de São João da Barra, no Norte Fluminense, onde o produtor Jailson Ribeiro cuida de hortas de maxixe e quiabo. No fim do ano passado, ele deixou de usar adubos químicos e investiu na adubação verde com o plantio de crotalária, espécie de planta leguminosa. Depois de crescida, a crotalária é podada e colocada sobre o solo que vai receber um novo cultivo. Em decomposição, ela facilita a absorção de nitrogênio e melhora a absorção de nutrientes pelos vegetais.
G1