O ex-presidente Bolsonaro e seus aliados estão convocando vozes para bradarem, em uníssono, um “justiça já”, na avenida Paulista, no próximo domingo.
Como o processo criminal sobre a tentativa de golpe de Estado teve sua instrução encerrada na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), e as acareações complementares não alteraram as versões conflitantes entre dois réus (Mauro Cid e Walter Braga Netto) e um corréu e uma testemunha compromissada a dizer a verdade sob pena de falso testemunho (Anderson Torres e Freire Gomes), vem aí mais um esperneio bolsonarista.
O referido processo criminal aportou à fase final, de alegações finais, tanto para o órgão acusador quanto para os réus. No popular, o julgamento está próximo.
O advogado de Bolsonaro —após a acareação que Moraes, arbitrariamente, impediu os brasileiros de ouvirem e assistirem— afirmou nas redes sociais que o delator e corréu Mauro Cid foi “desmoralizado”.
Era evidente que, ao fechar a sessão —que sempre foi pública, como garante a Constituição e a lei processual penal—, Moraes abriu a guarda para se expor a ataques e vitimismos. Não faltaram especulações sobre a ocultação de Mauro Cid do grande público. Chegou-se a alegar nulidade, embora sem comprovação de prejuízo real e efetivo para as partes.
Enfim, apenas os presentes puderam emitir juízos, como fez o experiente e combativo defensor de Bolsonaro, o doutor Celso Vilardi: “Cid foi desmoralizado”, segundo trecho publicado na internet.
Conteúdo da coluna de Wálter Maierovitch, no UOL.