2 de agosto de 2025
Chicago 12, Melborne City, USA

Mulher do Faraó dos Bitcoins é deportada e presa no Rio

Foto: Reprodução

A venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, de 41 anos, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, foi presa pela Polícia Federal no sábado (21), ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, após ser deportada dos Estados Unidos. Ela estava detida em Chicago desde janeiro de 2024 por irregularidades migratórias.

Antes de chegar ao Rio, Mirelis passou pelo aeroporto de Fortaleza e seguiu em um voo da Polícia Federal até a capital fluminense. Agora, ela será submetida a exames no Instituto Médico Legal e, em seguida, encaminhada ao sistema prisional do estado.

Ré na 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Mirelis é acusada de integrar e comandar um complexo esquema de pirâmide financeira que teria movimentado cerca de R$38 bilhões entre 2015 e 2021. Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), ela liderava a quadrilha nos Estados Unidos desde agosto de 2021, coordenando ações da GAS Consultoria Bitcoin, empresa sediada em Cabo Frio, na Região dos Lagos, que oferecia rendimentos fixos com supostos investimentos em criptomoedas sem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Durante a Operação Kryptos, deflagrada para combater crimes financeiros ligados ao mercado de criptoativos, foi descoberto que Mirelis e Glaidson atraíam clientes, inclusive empresas, com promessas de altos lucros mensais. O modelo, porém, era insustentável e lesou centenas de investidores.

Nas redes sociais, Mirelis mantinha uma imagem distante do esquema criminoso. Publicava mensagens motivacionais, vídeos artísticos com uso de inteligência artificial, músicas autorais e registros de sua atuação como DJ, inclusive em anúncios na Times Square. Apesar da vida pública ativa online, pouco falava sobre os negócios do marido.

Mirelis chegou a figurar na lista de Difusão Vermelha da Interpol. Em janeiro deste ano, seus advogados conseguiram impedir que ela fosse incluída no primeiro grupo de ilegais deportados pelo governo do então presidente Donald Trump. Contudo, após esgotadas as possibilidades de permanência, a Justiça norte-americana autorizou sua expulsão.

A prisão de Mirelis soma-se à de Glaidson, que está encarcerado desde agosto de 2021. Na ocasião, foi encontrado mais de R$13,8 milhões em dinheiro vivo e barras de ouro. Atualmente, cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, após ser transferido de Bangu 1, onde foi apontado como mandante de um grupo de pistoleiros responsável por monitorar e eliminar concorrentes.

Além dos crimes financeiros, Glaidson também responde por tentativa de homicídio contra Nilson Alves da Silva, em 2021, depois que este sugeriu a clientes da GAS que retirassem seus investimentos. A vítima sobreviveu ao ataque.

Agora sob custódia no Brasil, Mirelis Diaz Zerpa responderá por operação sem autorização de instituição financeira, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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